jueves, 9 de julio de 2009

Poema: Me enterrem com minha AR15

ME ENTERREM COM A MINHA AR 15

A rajada volta a soar
como a onda da vida
Fica frio..É só mais um número-fantasma na área...
O urubu no esqueleto do leão
escapando da arena...
Quem atira é o pseudo-morto, meu irmão...
Maluco..Acabou a munição...Foda-se, continuo atirando...
Para cima...Beleza..é só isso...a fumaça
que sai do cano e sobe até as nuvens...
Laser no meu peito...Tá ligado..na seqüência..O coração..explode...
e estou livre da boca
que se abre pro mar...
Quer saber...Morrer não dói...
primeiro o tempo fica bem devagar...Tipo sonhando..
Aí vem um clarão...Você vê o Morro por todos os lados...

E então...


Eu acho que Marcelo Ariel escreveu, em poucas linhas, várias verdades que na vida de alguns brasileiros acontecem no dia-a-dia.
O seu texto, embora tenha algumas partes muito abstractas, é fácil de entender e muito original.
O único ponto negativo é a pontuacao. Em vez de colocar reticências no final de todos os versos, deveria substitui-las por uma pontuacao que fortalecesse as suas afirmacoes.

Geice Lisboa

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