viernes, 29 de enero de 2010

Foto collage del Proyecto Cartonero en la SpukKommune


Timo Berger nos manda este foto collage del Proyecto Cartonero de PapperLaPapp en la SpukKommune.

miércoles, 27 de enero de 2010

Marcelo Ariel em alemão

I
Motivo da coluna da semana passada por causa da reflexão sobre Cubatão em sua obra, o escritor Marcelo Ariel volta ao Porto Literário, desta vez devido a dois de seus poemas terem sido publicados em julho na Alemanha em uma coletânea de escritores latinoamericanos, Mehr als Bücher/Más que libros (Mais que livros), edição bilíngüe alemão-espanhol (com exceção das poesias dos brasileiros, editadas em alemão e português).
Foram selecionados a terceira parte de No deserto com Paul Bowles:

Honestamente o que foi dito está acima do visto pelos olhos, acima das árvores, que aparentemente são os anos e as estações, acima do teu rosto indiferente, acima do rugido desse vento obstruído pela floresta, acima do que nela está ouvindo o chiado fino das coisas que jamais foram reais, do que está escutando nosso esqueleto, “nossa carcaça psíquica”, acima destes signos que se movem como um lençol na superfície de um sono, acima da nossa respiração inquieta e do abraço maravilhoso desse repouso do Nunca mais, das ruas que estão em toda a parte e são a mesma, acima de tudo o que pôde ser assassinado e principalmente acima desse Ser que pensou reinar sobre as árvores como se ouvisse úteros que num paradoxo concebem a si mesmos, como se ouvisse do fundo da mente e de sua “dupla exposição”, o sussurro mecânico e sem razão do próprio coração....

E a terceira parte de Me enterrem com a minha AR 15 Scherzo-rajada 2, dedicada a Mariana Ianelli:

Antes de tudo será a saudade
O corpo desse vento noturno
que sentimos dentro da mão
Será possível encontrar o amor através deste silêncio?
Era esse o enigma que sondava os quadros?

Haverá o apocalipse dessa palavra
lentamente devorando e dissolvendo todas as outras
até ser ela mesma devorada e dissolvida
pois ela é só mais um casulo do invisível
que se esconde na medula do visível...
Onde a possibilidade de ser
fora de todas as palavras
nos tornará imunes à aniquilação da Alma?
Desse instante aberto para fora da nossa presença
Disto que chamávamos de vento, amor, silêncio...
Que será apenas um silencioso esqueleto
com a marca do nosso esquecido olhar.


Os dois são do livro Tratado dos anjos afogados, alvo da coluna anterior, Vila Socó e a literatura e a escolha deles, de caráter metafísico, para a coletânea alemã é prova (para os desavisados) de que a poética de Ariel vai muito além de um catálogo das mazelas de Cubatão (ainda que a literatura de Ariel seja a primeira forma de narrativa a dar conta da tragédia da Vila Socó).

II
Mehr als Bücher reúne escritores publicados em editoras “cartoneras” de nosso continente, que usam papelão coletado por catadores para a realização das capas, que acabam sendo desenhadas uma por uma, fazendo de cada exemplar um objeto único. O projeto começou em 2003 em Buenos Aires, Argentina, com a criação da editora Eloísa Cartonera, e se espalhou pela América do Sul e México. No Brasil, criada em São Paulo, temos a Dulcinéia Catadora, da qual tratei em A literatura ecológica de Dulcinéia Catadora quando, em setembro de 2007, foram lançados livros de quatro autores pela editora em Santos, entre eles o próprio Ariel e Flávio Viegas Amoreira. O paranaense radicado em Santos Ademir Demarchi também já teve um livro editado pelo projeto, Do sereno que enche o Ganges.
As editoras cartoneras se espalharam pela Argentina, chegando a Córdoba (Textos de Cartón) e Neuquén (Cartonerita Solar), e quase todo o continente Uruguai (La Propia Cartonera), Chile (Animita Cartonera e La Cizarra Cartonera), Paraguai (Felicita Cartonera e Yiyi Yambo), Bolívia (Mandrágora Cartonera, Yerba Mala Cartonera e Nicotina Cartonera), Equador (Matapalo Cartonera), Colômbia (Patasola Cartonera), Peru (Sarita Cartonera) El Salvador (La Cabuda Cartonera) e México (Santa Muerte Cartonera, La Cartonera, La Ratona Cartonera e Regia Cartonera), além de mais uma no Brasil, a Katarina Kartonera, em Florianópolis.

A ideia chega agora na Alemanha, onde é criada mais uma editora cartonera, a PapperLapPapp, responsável pela coletânea, reunindo, além de Ariel, os seguintes escritores: João Filho, Maicknuclear, Sebastião Nicomenedes e Alice Ruiz (Brasil); Manuel Alemian, Santiago Llach, Washington Cucurto – um dos criadores da ideia – e Fabian Casas (Argentina); Crispín Portugal e Roberto Cáceres (Bolívia); Diana Viveros, Cristino Bogado e Edgar Pou (Paraguai); e Hector Hernández, Ernesto Carrión, Miguel Ildefonso, Yaxkin Melchy e Roxana Miranda (México).
Como sempre, o trabalho é feito por cooperação. Na apresentação, Timo Berger, poeta, tradutor e diretor do Festival Latinale, de Berlim, voltado para a literatura latinoamericana, conta que Mehr als Bücher nasceu em oficinas coordenadas por Cucurto e Maria Gómez junto a alunos e professores das escolas Friedensburg-Oberschule e Kurt-Schwitters-Oberschule: “Foram os próprios que selecionaram os textos e desenharam as capas”.
Além disso, os poemas em espanhol foram traduzidos para o alemão, além de Timo Berger, por Claudia Wente, Miriam Müller, Diana Grothues e Stefan Degenkolbe. Jana Winkel traduziu os poemas dos brasileiros.
Nesse momento em que atinge a Europa, justamente em uma coletânea, o projeto mostra que já atingiu certa maturidade e que já pode olhar para trás e fazer sua própria história. Marcelo Ariel dá notícias de que as próximas Cartoneras serão criadas na Inglaterra e Estados Unidos. Nascido em meio à crise financeira na Argentina, quando não havia papel para publicar livros nem dinheiro para comprá-los, o fato de o projeto chegar aos Estados Unidos e Inglaterra um ano após a crise que abateu o sistema financeiro é revelador do potencial transformador como o das Cartoneras. Ou seria apenas coincidência?

Referências
Marcelo Ariel e outros. Mehr als Bücher. Edição bilíngue alemão-espanhol. Berlim, Alemanha: PapperLaPapp, 2009.


Alessandro Atanes

martes, 26 de enero de 2010

Otro ejemplar Do Turismo e da Alma


El libro de Marie



Este es uno de los libros editados en el taller de edición cartonera de la SpukKommune, por Marie, una de las habitantes de la casa. No importa que poemario editó, sino el libro en sí. Ojo al stencil de las portadas, no tiene desperdicio.

Ein Gedicht von Ron Winkler


ist das unsere millionste Karte? ich würde das feiern wollen, von meinem Strand aus, der Nusswiese. sie wird morgen rasiert, ich schon heute. die Silberpappeln legen schon wieder ab. wunderschöne Teppiche, denke ich, müsste man daraus filzen können. Nachtlager und Reisezelte. übrigens: ich liebe nicht wie eine Kerze, sondern wie ein »Hochspannungsmast« (D.T.)

dein Robinson Bernard de la Mancha

* * *
Ron Winkler, geboren 1973 in Jena, lebt in Berlin. Aktueller Gedichtband: Frenetische Stille (Berlin Verlag 2010). Herausgeber der Anthologien Schwerkraft. Junge amerikanische Lyrik (Jung und Jung 2007) und Neubuch. Neue junge Lyrik (yedermann 2008). Zuletzt erschienen seine Übersetzungen ausgewählter Gedichte von Sarah Manguso: Komm her o Klarheit! (luxbooks 2009). 2005 Leonce-und-Lena-Preis, 2006 Mondseer Lyrikpreis.

lunes, 25 de enero de 2010

Kleine Schriften an C. de Ron Winkler





Os dejamos algunas fotos del libro Kleine Schriften an C. de Ron Winkler, que editamos el pasado sábado en el taller de edición cartonera en la SpukKommune.

viernes, 22 de enero de 2010

Algunas fotos del libro Todo lo demás son palabras de David González






Estas son algunos de los libros de Todo los demás son palabras de David González, editados en el taller de edición en el FEZ, con los alumnos de la Anna Frank Schule.

miércoles, 20 de enero de 2010

Proyecto cartonero en la SpukKommune


El próximo fin de semana tendrá lugar el Kartonbuch Projekt en la SpukKommune, organizado por la editorial cartonera de Berlín PapperLaPapp. Habrá proyecciones de documentales, talleres de edición, una exposición de libros y un recital. A continuación el programa de actividades por días. Os esperamos con muchos libros y cartón.

Viernes 22 de enero a las 20:00
Proyección: Yerba Mala, 2007. Bolivia-España. Dirección: Colectivo 7. Guión: Colectivo 7 & Yerba Mala Cartonera. Idioma: Español.
Sinopsis: Yerbamala es un documental que —además de profundizar en la joven editorial alteña— se interna en las relaciones editoriales del país, abre el debate acerca de las causas de la heterogeneidad literaria (estética, comercial y temática) y brinda una mirada externa a la realidad cultural en Bolivia. Los testimonios en el documental giran alrededor del libro y el problema de las editoriales en Bolivia, una manera de profundizar y entender la literature 'boliviana'. La editorial Yerba Mala Cartonera recicla cartón para hacer libros artesanales en la conflictiva ciudad de El Alto, Bolivia. Democratización de la cultura, autogestión popular y creación literaria de un proyecto que acerca el arte a la gente de a pie.

Sábado 23 de enero a las 17:00
Taller: ¿Cómo editar libros cartoneros?
En este taller se enseñarán las técnicas de edición cartonera a los participantes a los que se les propondrá la publicación de la antología de escritores cartoneros Mehr als Bücher, así como de los poemarios de Timo Berger, David González, Raúl Hernández, María Paz Levinson, Stan Lafleur und Ron Winkler.

Domingo 24 de enero a las 19:00
Muestra de libros cartoneros y recital a cargo de Timo Berger, Ivo do Carmo, Ron Winkler y María Paz Levinson.
Timo Berger nace en 1974 en Stuttgart. Ha publicado cuentos y poseía en revistas como por ejemplo ndl, lauter niemand). Hasta la fecha ha editado Sex and Sound (Eloísa Cartonera 2004), Erinnerungen an die Regionalliga (Parasitenpresse 2005), Kafka und ich (SuKuLTuR 2006), Neu Chicago (Eloísa Cartonera 2007) y por último Ferne Quartiere (Lyrikedition 2000 2008).
Ivo do Carmo nace en 1979 en Lisboa. Licenciado en Filosofía por la Universidad de Lisboa; vendedor ambulante de “Zitty”; jardinero en Berlin -Lantelmé Garten- y paisajista; Premio “Jovens Criadores 2008” por el poemario Do Turismo e da Alma.
Ron Winkler nace en 1973 en Jena. Estudió Germanística y Poesía en Jena. Trabaja como redactor y lector. Además es escritor y traductor. Vive en Berlín.
María Paz Levinson nace en 1978 en San Carlos de Bariloche, Patagonia. Ha publicado los poemarios Ojos o luces (1998) y Blume (2000) en Ediciones del Diego, Buenos Aires, y una traducción de los poemas de The Dancer de H.D.. Su poesía aparece en revistas y antologías como por ejemplo en Nunca nunca quisiera irme a casa (Buenos Aires) und Revista de Belleza y Felicidad (Buenos Aires).

miércoles, 6 de enero de 2010

Algunos libros cartoneros Do turismo e da Alma






Estos son algunos de los ejemplares editados del libro do Ivo do Carmo Do turismo e da Alma.

Götter Frucht